Insônia

E se um dia eu olhar pra ti e confessar que não sou feliz?
Pois é, meu caro, sinto muito informar, mas falta sorriso pros meus olhos e sobra nos dentes. É aquele que sai de maneira mecânica, mas é efêmero.

Tem dia que é dono do silêncio. Outros carentes de abraço.

Mas, e aí? O que e é que eu faço?

Os olhos castanhos claros ficam frágeis e tímidos ao verem o verde do MEU mar, clorofila, fotossíntese.

R-E-S-P-I-R-A-Ç-Ã-O.

Vida. Acorda todos os dias de cabeça pra baixo, com o sono de lado, sem ao mesmo ter dormido. Não há acordar, não há sono. A noite dá espaço ao dia e eles fazem um acordo. CORPO MORTO.

Felicidade não tem pressa, aqui, por exemplo, ela nunca chegou. Soube que andou ao lado, mas bem de fininho, porque já tava cansada de tanto trabalhar, de tanto o povo chamar. Agora já não sei quando volta, nem ao menos se retorna.

O teu filho? Onde está?

Parafraseando o amor, mas não é o substantivo abstrato, é o amor de um conhecido e eu só posso estar quando o caminho estiver contínuo.

A gramática, então, me dá todos os pontos de interrogação e bem lá no fim levanta uma exclamação que eu nunca pensei em ver na minha vida...

...Pendurei uns sonhos no prego pra sustentar uns delírios... ah, delírios!! Esqueceram de trazer consigo a coragem.

Pura insônia.